A Different Man
‘A Different Man’ é um daqueles filmes que atrai o público com um trailer que imediatamente capta a sua atenção, apresentando uma história que nunca vimos antes. Uma vez que o público está sentado e pronto para assistir, o filme segura um espelho, nos instigando a examinar não apenas a nós mesmos, mas também a sociedade em que vivemos.
‘Toda a infelicidade vem de não aceitar o que é.’ Quando um filme cita Lady Gaga, você já sabe que ele tem algo a dizer. Todos nós queremos ser vistos, e ‘A Different Man’ personifica esse desejo em uma escala maior. No entanto, ainda cria um personagem com o qual podemos nos relacionar e nos enxergar. A necessidade de atenção e o simples desejo por interações são tão essenciais ao nosso ser, mas será que isso algum dia será suficiente?
Vemos esse tema ecoado em outro filme lançado este ano, ‘The Substance’. Ter esses dois filmes lançados tão próximos e, ao mesmo tempo, serem tão únicos é crucial para entender a epifania de nossa sociedade. Isso nos faz questionar até onde estamos dispostos a ir para atender aos padrões sociais. Será que a recompensa realmente vale o risco? E o que está realmente nos impedindo de viver a vida que merecemos?
Adam Pearson, como Oswald, leva isso um passo adiante. Vi Adam Pearson pela primeira vez em ‘Under the Skin’ e fiquei impressionado com o talento desse homem, junto com sua disposição de se expor a um mundo que pode ser tão cruel com qualquer pessoa percebida como diferente. Gostaria de acreditar que seu personagem, Oswald, é muito parecido com ele, no sentido de que ele não deixa a neurofibromatose impedi-lo de viver a vida que foi destinado a viver e de conquistar os sonhos que deseja alcançar. É verdadeiramente impressionante, e tive um daqueles momentos, como Sebastian Stan no filme, em que olhei para ele e para o seu personagem e pensei: o que tem me impedido de ser assim esse tempo todo?
Adorei a forma como filmaram este filme. Ele tem a história e a essência de quase um episódio de ‘Black Mirror’, mas parece tão verdadeiro e autêntico.
As cores dão vida a este mundo, e a cinematografia é tão aconchegante e interessante que você fica constantemente hipnotizado.
Sebastian Stan oferece uma performance incrível, e gostei muito de vê-lo em um papel que o empurra muito além de sua zona de conforto.
E A MAQUIAGEM. OSCARS. EU CONSIGO VER ISSO. Na metade do filme, pensei que outro ator com neurofibromatose estava interpretando o primeiro ato, mas depois percebi: Não, isso é maquiagem!
A única questão que tive com este filme, e por que fico indo e voltando em relação a ele, é o final. O ritmo diminui um pouco para o final e parece ligeiramente repetitivo. Sinto que preciso assistir novamente para compreender totalmente o significado, mas me senti um pouco perdido quando o começo e o meio foram tão fortes e impactantes. Mesmo assim, este é definitivamente um filme para colocar na sua lista.
O que você achou de ‘A Different Man’? Algum indicado ao Oscar?